quarta-feira, outubro 18, 2006

Os pilares da Educação Portuguesa

Caras leitoras e caros leitores,

O assunto que vos trago hoje é sério, polémico e abrange milhares de Professores portugueses, que, tal como eu, vêem-se desconcertados, desnorteados e desmotivados perante o futuro negro que o Governo, pela mão da Sra. Ministra da Educação, nos apresenta.
Muitos de vós, sem querer menosprezar a vossa cultura e conhecimento relativos à nossa profissão e/ou situação, não entendem a real problemática com que nós nos deparamos; não percebem a maleita que nos está a ser lançada; não compreendem os ataques terroristas que estão a ser empreendidos contra o nosso estatuto.
Desenganem-se os leigos que pensam que ser Professor é “dar duas de treta na sala de aula e passar o resto do ano a tocar pífaro”. Nós somos trabalhadores como todos os outros, mas com responsabilidade e tarefas acrescidas. A nossa profissão implica o constante estudo de novas teorias, de novas práticas, de novos modos de ensino; implica a constante formação, de forma a contornar problemas que vão surgindo dia após dia; implica um trabalho diário de planificação de aulas, com o intuito de diversificar, assim como cativar e motivar os discentes; implica despender horas e mais horas de leitura, para adquirir novos conhecimentos e competências; implica passar horas em frente a um computador, redigindo relatórios burocráticos de forma a explicar o decorrer do nosso trabalho; implica pesquisar, nos mais diversos meios que dispomos( e muitas evzes não dispomos), meios de abordagem a conteúdos que parecem assustadores para os alunos; implica reflectir acerca da mutação indispensável a que temos que ser sujeitos, para acompanhar as ideias e modas de cada geração; implica relegar para segundo plano a nossa vida pessoal, para educar, ensinar e ,muitas vezes, “amar” aqueles para quem o nosso trabalho se dirige.
Quem educa a sociedade de amanhã? Quem lhes incute os ensinamentos, valores e conhecimentos essenciais para o seu progresso e desenvolvimento? Quem faz muitas vezes o papel de mãe, pai e família? Somos nós, os Professores, aquelas entidades a quem todos apontam o dedo para criticar, sem sequer imaginar o quão duro e desgastante é-lo ser...
É uma profissão àrdua e espinhosa, mas que realiza todos aqueles que a assumem com motivação e empenho. Sou uma Professora (no activo, felizmente) que vê a sua carreira ameaçada por um ser indescritível e que quer transformar os Professores em “prostitutas estatais”.
A Sra. Ministra da Educação não conhece a realidade que se vive nas Escolas. Mandando bitaites do seu gabinetezinho sensaborão, inventa alterações disparatadas ao nosso Estatuto, engendra planos descabidos para desacreditar, perante a sociedade, os pilares da Educação Portuguesa.
Professores que me estão a ler, é chegada a altura da nossa classe mostrar o seu valor. Vamos mostrar a essa senhora os verdadeiros problemas que envenenam as escolas, vamos-lhe mostrar a nossa dor e desconcertação pelo que ela nos faz passar. Vamos, finalmente e de uma vez por todas, mostrar-lhe o que é um Professor. Isto não se faz conjecturando ou mal-dizendo os factos, é preciso lutar e unirmo-nos...
Abaixo a Ministra da Educação e vivam todos os Professores...

Maniféstira!

2 comentários:

Rafeiro Perfumado disse...

Tou contigo! A minha irmã é professora e eu sei o que ela sofre! Vamos a eles! E aproveitamos e de caminho damos uma tareia ao palhaço que disse que a crise acabou! De certeza que não viu o novo aumento que a prestação da minha casa teve este mês!

damularussa disse...

Olha, a minha irnão não é professora, mas se é para dar porrada, contem comigo!
Bute lá..

Xê, na me lembres misérias s.f.f

;)