terça-feira, março 10, 2009

A recruta da Maniféstira,parte 2

uiiiiiii!!!! Pois é, após tão sincero desabafo de copos, volto para acabar o que comecei: contar-vos os details mais significativos da minha recruta... Aquilo foi-me ao lombo, mas a verdade é que passei de presunto a entrecosto, ou seja, estou com um lombo de bradar aos céus... Beware, portanto...
Ora, a parte que mais testou as minhas capacidades de cabra-militar foi a semana de campo. Estão a imaginar o que é passar uma semana na mata, sem condições nenhumas, munida apenas de uma mochila pesada como a pissa (40kg), o ferro (aka espingarda automática g3), o aligeirado e capacete, um saco cama e um fantástico poncho de tenda?! Pois, nem eu me passava pela cabeça que aquilo era assim, mas foi e custou...
Tudo começou com a alvorada festiva de 5 em 5 minutos :s chegou uma altura em que comecei a pintar as unhas (dos pés) para ver se passava o tempo, já que nem sequer valia a pena pregar olho. Após um pequeno almoço de merda, que é como quem diz um bijú recesso com manteiga e uma malga de café com leite, mochilamos e lá fomos nós em marfor (marcha forçada) para a zona de bivaque. Foram três horas de horror: quarenta e tal quilos às costas, um calooooooooor que não se podia, os berros do meu comandante de pelotão a mandar chegar à frente, duas cadelas que iam à minha frente a uivar feitas parvas e uma poeira que já me estava a fazer espécie, já que me estava a emporcalhar toda... Como é que fiz para passar o tempo? Ia olhando sub-repticimamente para o rabo dos meus camaradas masculinos e dando notas de 0 a 20. Não houve nenhum que ultrapassasse os 5 :s
Quando chegamos à zona onde íamos "acampar" comemos a melhor refeição que podiam dar: duas sandes ranhosas com doce de marmelo e manteiga... Hummm, muito nutritivo, não haja dúvida. E a caganeira com que andei o resto da semana é que foi de valor.
Ainda, neste dia, tivemos que montar lá a barraca, ou seja, o poncho de tenda. Não, é lógico que não fui eu que montei a minha. Nunca na minha vida tinha acampado e não ia estar para lá a martelar feita parva, para pregar as espias ao chão. O que fiz? Pus a cara mais boneca que tenho e pedi ao camarada da barraca ao lado que me ajudasse. E ele fez aquilo de bom grado, se bem que a meio já estava a ficar fulo comigo, pois eu não parava de dar ordens, sentada no chão, enquanto massajava os pés. Que foi? Doiam-me para caralho...
Posição cagar no mato: uma mais valia para as cabras que, tal como eu, têm nojo de utilizar uma merda de uma latrina que consiste num buraco no chão, com quatro panos de tenda à volta. Naaaa, isso não é para mim. E assim, quando queria ir expulsar o demo, pegava no meu saco de toalhitas e ia até uma àrvore afastada de tudo e todos, para dar largas à minha javardice.
Banho de toalhitas: um nooooooooojooo. Como é lógico lá não haviam chuveiros, nem sequer os tão merdosos banhos de campanha. Foda-se, andei a semana toda a limpar-me com toalhitas para a pele sensível do cú dos bébés. Uma merda, já que aquela porra é pegajosa e tem um cheiro que me mete nojo para caralho. Toalhitas? Jamais dans ma vie...
A puta da ração de combate! Sabem o que é uma super caganeira? Pois, é o que acontece quando passamos a merda do dia da sobrevivência (24 horas inteirinhas) a comer aquela porcaria, que nem para os porcos serve. Mas a fome era tanta, que me enchi com aquilo. Pior mesmo foram os dias seguintes, já que parecia uma mangueira de merda. Arre putas!!!
Dormir mesmo ao pé de gajos que roncam que nem javalis: um desastre... Não se prega olho, a tenda abana por todos os lados e, como se não bastasse, atrai bicheza...
Aparte isto tudo, a semana de campo ensinou-me o que é indispensável, caso algum dia vá para combate:
1. Um verniz transparente anti-choque, senão lasco as unhas todas;
2. Um desmaquilhante extra forte, para tirar os restos sebosos da camuflagem;
3. Um perfume intenso, para abafar o cheiro do ranço;
4. Um gloss ultra brilhante, para estar sempre no melhor( sabe-se lá se o ininigo não é um gajo poderoso, com uns glúteos arrebitadinhos...);
5. O telemóvel, para ligar para a telepizza;
6. Penicos descartáveis (será que existem? Senão, é melhor começar a inventar...);
7. Uma tenda insuflável, com cama, aquecimento e banheira;
8. Um trolley com rodinhas, para levar a tralha toda... a puta da mochila dá-me cabo das costas;
9. Um massajador para os pés;
10. Uns paus de incenso para relaxar.
E, pronto, meus fãs, volto em breve para vos dar conta de mais "atrocidades" porque passei, nesta caminhada enorme que é a tropa.
Hasta serra da arrábida, porque a da estrela é só para os ricos :)
Shalom!!!

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